ALECRIM
Salvia rosmarinus
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O que é o alecrim e para que serve?
O alecrim (Rosmarinus officinalis) é uma planta aromática perene, originária da bacia mediterrânica, muito apreciada desde a Antiguidade pelos seus múltiplos usos medicinais, culinários e simbólicos. Pertence à família das Lamiáceas e cresce como um arbusto lenhoso de pequena dimensão, raramente ultrapassando um metro e meio de altura.
As suas folhas, estreitas e alongadas, lembram agulhas de pinheiro e libertam um aroma intenso que combina notas de pinho, alfazema, limão, sálvia e hortelã. Na primavera e no verão floresce com pequenas pétalas azul-violáceas, embora em climas quentes possa fazê-lo praticamente todo o ano.
O nome “alecrim” provém do latim ros marinus, “orvalho do mar”, uma alusão ao seu habitat natural em encostas soalheiras próximas do mar Mediterrâneo. Na Antiguidade, os gregos consideravam-no símbolo da memória e usavam-no em coroas para estudantes, enquanto os romanos o associavam à saúde e à proteção divina. Também na Idade Média lhe foram atribuídas virtudes mágicas e purificadoras, sendo utilizado contra o mau-olhado e em rituais para afastar doenças.
Hoje em dia, o alecrim é cultivado em várias partes do mundo e utilizado tanto na gastronomia —para aromatizar carnes, peixes, molhos e óleos— como na fitoterapia, graças às suas propriedades digestivas, antioxidantes e estimulantes. Uma planta versátil e cheia de história que continua a conquistar lares e cozinhas em todos os continentes.
Propriedades do alecrim
O alecrim é rico em óleos essenciais, flavonoides e compostos fenólicos como o ácido carnósico e o ácido rosmarínico, responsáveis por grande parte dos seus efeitos medicinais. Desde tempos antigos tem sido usado tanto na cozinha como na fitoterapia, e hoje a ciência sustenta muitas das suas aplicações tradicionais.
Principais propriedades do alecrim
● Digestivas e antiespasmódicas: favorece a secreção de sucos gástricos, aliviando digestões pesadas, cólicas e desconfortos abdominais.
● Carminativas: reduz a produção de gases intestinais, ajudando a combater o inchaço e a aerofagia.
● Colagogas e hepatoprotetoras: estimula a secreção biliar, contribuindo para a depuração hepática e regulando os lípidos no fígado.
● Diuréticas: facilita a eliminação de líquidos e eletrólitos, prevenindo a retenção de líquidos e reduzindo o risco de cálculos renais ou gota.
● Antioxidantes: combate os radicais livres, atrasando o envelhecimento celular e protegendo os sistemas nervoso e cardiovascular.
● Antissépticas e antibacterianas: útil em infeções ligeiras, sobretudo das vias respiratórias (bronquite, faringite, constipações).
● Neuroestimulantes: favorece a memória, a concentração e a agilidade mental graças aos seus compostos neuroprotetores.
● Anti-inflamatórias e analgésicas: usadas externamente para aliviar dores musculares, articulares e reumáticas.
● Balsâmicas: ajudam a acalmar a tosse e a melhorar a respiração em casos de constipação ou congestão.
● Revitalizantes: tradicionalmente utilizado contra a fadiga, o cansaço e o stress, aportando energia ao organismo.
Benefícios do alecrim
Graças às suas múltiplas propriedades digestivas, antioxidantes e estimulantes, o alecrim tornou-se uma das plantas medicinais mais valorizadas, tanto na tradição popular como na fitoterapia moderna. Consumido em infusão ou aplicado externamente, oferece benefícios que vão desde a digestão até ao bem-estar mental.
● Melhora a digestão: alivia a sensação de peso, cólicas e gases após refeições abundantes.
● Favorece a saúde do fígado e da vesícula biliar: ajuda a depurar o organismo e a prevenir desconfortos biliares.
● Estimula a memória e a concentração: ideal em fases de estudo ou trabalho que exigem atenção mental.
● Dá energia e reduz o cansaço: considerado um tónico natural contra a fadiga e o stress.
● Protege o sistema cardiovascular: os seus antioxidantes contribuem para regular o colesterol e melhorar a circulação sanguínea.
● Contribui para o controlo da diabetes: estudos sugerem que os seus compostos fenólicos ajudam a regular a glicemia.
● Previne a retenção de líquidos: o efeito diurético ajuda a eliminar toxinas e a melhorar a função renal.
● Alivia constipações e problemas respiratórios: acalma a tosse e facilita a recuperação em constipações e bronquites.
● Melhora a saúde da pele: aplicado externamente, acelera a cicatrização e acalma irritações cutâneas ligeiras.
● Relaxa músculos e articulações: os seus óleos essenciais são úteis em massagens para aliviar dores reumáticas ou musculares.
● Anti-inflamatórias e analgésicas: usadas externamente para aliviar dores musculares, articulares e reumáticas.
● Balsâmicas: ajudam a acalmar a tosse e a melhorar a respiração em casos de constipação ou congestão.
● Revitalizantes: tradicionalmente utilizado contra a fadiga, o cansaço e o stress.
Contraindicações do alecrim
Embora o alecrim seja seguro quando consumido em doses moderadas, existem situações em que o seu uso não é recomendado. É importante lembrar que o consumo excessivo ou o uso inadequado de óleos essenciais concentrados pode provocar efeitos adversos. Recomenda-se sempre consultar um profissional de saúde antes de iniciar um consumo habitual, especialmente em pessoas com condições médicas específicas.
Principais contraindicações do alecrim
● Alergias cutâneas: pode provocar reações como dermatite ou vermelhidão em pessoas sensíveis.
● Problemas biliares: não recomendado em pessoas com cálculos biliares sem supervisão médica, pois estimula a vesícula biliar e pode obstruir os ductos.
● Sobredosagem: um consumo excessivo pode causar vómitos, dor abdominal, gastroenterite ou irritação renal.
● Óleo essencial em altas concentrações: pode ser tóxico para o sistema nervoso central e, em caso de abuso, provocar convulsões.
● Gravidez e amamentação: desaconselhado, pois pode induzir contrações uterinas ou ter efeitos estrogénicos.
● Uso em crianças pequenas: deve evitar-se a aplicação direta de óleos essenciais devido à sua elevada concentração.
● Tratamentos prolongados: não é aconselhável manter um consumo intensivo de extratos ou óleos essenciais por períodos prolongados sem supervisão médica.
Como preparar infusão de alecrim?
A infusão de alecrim é uma das formas mais simples e tradicionais de aproveitar as propriedades desta planta mediterrânica. O seu aroma intenso e o sabor ligeiramente balsâmico fazem dela uma bebida reconfortante, ideal para após as refeições ou quando procuramos ativar corpo e mente.
Receita passo a passo para preparar chá de alecrim
● Ingredientes:
○ 2 a 4 g de folhas secas de alecrim (equivalente a 1 colher de chá bem cheia)
○ 150 ml de água (uma chávena pequena)
● Preparação:
○ Aqueça a água até atingir o ponto de ebulição.
○ Adicione as folhas de alecrim e deixe infusionar entre 10 e 15 minutos.
○ Coe e sirva quente.
● Conselhos de uso:
○ Pode beber de 2 a 3 chávenas por dia, de preferência após as refeições para favorecer a digestão.
○ Se preferir um sabor mais suave, combine o alecrim com outras ervas como a hortelã ou o tomilho.
○ Adoce com mel para suavizar o sabor e potenciar os seus efeitos calmantes.
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